LUCUBRAÇÕES MACABRAS
O dinheiro, o saber e
o comercio. (1)
Uma pessoa feita de santo com sete anos tomado e sendo muito
abastada resolveu abrir um terreiro mesmo não tendo competência ou autorização
de seus mais velhos e muito menos saber para tal mister, porem o dinheiro compra tudo e assim sendo
construiu uma belo terreiro e enquanto isso ia contratando pessoas para a
inauguração ou seja:
- Iawo ou ebomi com roupas e pé de dança.
- Ogans para tocar e cantar seu candomblé.
- Um pai de santo de nome pra assentar o terreiro.
- Uma boa cozinheira para o banquete.
- Um Axogun para realizar as
matanças conforme sua vontade.
Tudo pronto para o dia. Ele já
tinha despachado o pai de santo contratado, não queria ninguém que empanasse
seu brilho no dia da festa, todos os contratados estavam cientes de seu
compromisso dia e horário, ele estava tranquilo e então chamou o Axogun pois
queria realizar alguns sacrifícios conforme sua vontade. (Quem paga, manda e quem recebe, faz).
- Seu Atanásio sente ai e me
escute.
- Sim senhor diga ai.
- Eu quero que você prepara as
matanças para os santos de fora, quero tudo bem enfeitado pois as pessoas vão
ver o meu saber logo que entrarem no portão.
- Sim senhor tudo vai ser feito
conforme o senhor mandar, os bichos já foram comprados ?
- Já encomendei tudo e logo vão
chegar, e ai mãos a obra, certo ?
- Sim senhor, assim que chegar eu
preparo tudo e lhe chamo.
Atanásio era um sujeito pacato e
obediente, fazia parte de um terreiro onde o pai de santo era muito respeitado
e tinha saber, porem Atanásio era pau mandado mesmo sabendo fazer, não sabia
como e porque fazia, era o que popularmente chamamos de (cortador de cabeças),
nada mais.
Os bichos chegaram e Atanásio foi
ao pai de santo, falou com ele e foi direto preparar os rituais. O Pai de santo
muito ocupado deu liberdade total a Atanásio para fazer as coisas e na hora ele
estaria pronto para assistir.
Atanásio preparou tudo chamou o
pai de santo pra começar os rituais, o pau de santo veio, sentou em uma cadeira
confortável e mandou que começa-se. Muito embora tivesse ao pé de todos Orixa
muitos obi e orogbo nem Atanásio nem o pai de santo acharam que fosse
importante consultar antes de qualquer coisa e assim sendo os rituais um de
cada vez foram sendo feitos conforme a vontade do pagante (pai de santo).
No dia da festa tudo estava
perfeito, quem chegava ficava admirado com os Orixa muito bem enfeitados em
seus lugares, percebia-se que todos haviam sido homenageados. No salão tudo
muito bem enfeitado varias mulheres bem vestidas davam boas vindas aos
convidados e os levavam aos seus lugares conforme seus status.
Pontualmente no horário aprazado
deu-se inicio a festividade com as contratadas muito bem vestidas saindo ao
toque da vamunha que por sinal estava muito bem tocada pelos Ogan contratados.
O Alabe contratado deu inicio ao Xire até que em determinado momento o
contratante (pai de santo) muito bem vestido aparece na porta intima do
barracão, imediatamente as contratadas abaixam-se em atitude de submissão, o
atabaque para e os Contratados (Ogan) dobram solenemente o coro e o (pai de
santo) contratante entra triunfalmente no barracão com todos de pé batendo
palmas, ele dirige-se a porta saudando, ao centro do barracão e sem mais vai
para o seu trono e senta-se magistralmente em seu trono previamente preparado
pelas contratadas e da ordem aos contratados para continuar o xire.
Como previsto os Orixa contratados
vem na hora certa para o Gaudio do (pai de santo) contratante, e depois de
vestidos dançam maravilhosamente dando a festa um brilho especial, tirando
exclamações e deixando os assistentes maravilhados, tudo estava perfeito.
Ao termino da festa as contratadas
levaram os convivas a uma sala preparada especialmente para o banquete que
seria servido. Enquanto isso o contratante ( pai de santo) junto com seu Oga de
confiança, fazia os últimos pagamentos aos contratados e contratadas que iriam
embora imediatamente, já tinham cumprido seu papel e nada mais tinham a fazer.
Os convivas os esperavam na sala
do banquete onde mais uma vês ele entra triunfalmente e senta-se na cadeira
principal dando inicio aos comes e bebes. Tudo perfeito nada fora do lugar e os
convivas saíram sem ter palavras, todos estupefatos com o poder e o saber do
pai de santo.
Ao termino os últimos contratados
foram pagos e o pai de santo pode gozar seu triunfo junto ao seu Oga de
confiança.
O pai de santo era uma pessoa
abastada e não tinha grandes preocupações com nada, tinha uma situação
econômica confortável e podia gastar se sem importar, contanto que seus gostos
fossem satisfeitos.
Atanásio vivia confortavelmente,
muito embora não fosse rico tinha o necessário e vivia confortavelmente com a família.
Conclusão
A partir do dia da festa o Pai de Santo e Atanásio começaram
a ter problemas em suas vidas. O pai de santo começou a perder tudo que tinha
amealhado em sua vida e Atanásio começou a ter problemas sérios em casa tendo
que recorrer às pessoas de sua família pra sobreviver.
Onde estão os erros ? Vc consegue dizer ?
Continua no próximo capitulo
Baba Gilberto de Esu.
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