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sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

LUCUBRAÇÕES MACABRAS
O dinheiro, o saber e o comercio. (1)
Uma pessoa feita de santo com sete anos tomado e sendo muito abastada resolveu abrir um terreiro mesmo não tendo competência ou autorização de seus mais velhos e muito menos saber para tal mister,  porem o dinheiro compra tudo e assim sendo construiu uma belo terreiro e enquanto isso ia contratando pessoas para a inauguração ou seja:
- Iawo ou ebomi com roupas e pé de dança.
- Ogans para tocar e cantar seu candomblé.
- Um pai de santo de nome pra assentar o terreiro.
- Uma boa cozinheira para o banquete.
- Um Axogun para realizar as matanças conforme sua vontade.
Tudo pronto para o dia. Ele já tinha despachado o pai de santo contratado, não queria ninguém que empanasse seu brilho no dia da festa, todos os contratados estavam cientes de seu compromisso dia e horário, ele estava tranquilo e então chamou o Axogun pois queria realizar alguns sacrifícios conforme sua vontade.  (Quem paga, manda e quem recebe, faz).
- Seu Atanásio sente ai e me escute.
- Sim senhor diga ai.
- Eu quero que você prepara as matanças para os santos de fora, quero tudo bem enfeitado pois as pessoas vão ver o meu saber logo que entrarem no portão.
- Sim senhor tudo vai ser feito conforme o senhor mandar, os bichos já foram comprados ?
- Já encomendei tudo e logo vão chegar, e ai mãos a obra, certo ?
- Sim senhor, assim que chegar eu preparo tudo e lhe chamo.
Atanásio era um sujeito pacato e obediente, fazia parte de um terreiro onde o pai de santo era muito respeitado e tinha saber, porem Atanásio era pau mandado mesmo sabendo fazer, não sabia como e porque fazia, era o que popularmente chamamos de (cortador de cabeças), nada mais.
Os bichos chegaram e Atanásio foi ao pai de santo, falou com ele e foi direto preparar os rituais. O Pai de santo muito ocupado deu liberdade total a Atanásio para fazer as coisas e na hora ele estaria pronto para assistir.
Atanásio preparou tudo chamou o pai de santo pra começar os rituais, o pau de santo veio, sentou em uma cadeira confortável e mandou que começa-se. Muito embora tivesse ao pé de todos Orixa muitos obi e orogbo nem Atanásio nem o pai de santo acharam que fosse importante consultar antes de qualquer coisa e assim sendo os rituais um de cada vez foram sendo feitos conforme a vontade do pagante (pai de santo).
No dia da festa tudo estava perfeito, quem chegava ficava admirado com os Orixa muito bem enfeitados em seus lugares, percebia-se que todos haviam sido homenageados. No salão tudo muito bem enfeitado varias mulheres bem vestidas davam boas vindas aos convidados e os levavam aos seus lugares conforme seus status.
Pontualmente no horário aprazado deu-se inicio a festividade com as contratadas muito bem vestidas saindo ao toque da vamunha que por sinal estava muito bem tocada pelos Ogan contratados. O Alabe contratado deu inicio ao Xire até que em determinado momento o contratante (pai de santo) muito bem vestido aparece na porta intima do barracão, imediatamente as contratadas abaixam-se em atitude de submissão, o atabaque para e os Contratados (Ogan) dobram solenemente o coro e o (pai de santo) contratante entra triunfalmente no barracão com todos de pé batendo palmas, ele dirige-se a porta saudando, ao centro do barracão e sem mais vai para o seu trono e senta-se magistralmente em seu trono previamente preparado pelas contratadas e da ordem aos contratados para continuar o xire.
Como previsto os Orixa contratados vem na hora certa para o Gaudio do (pai de santo) contratante, e depois de vestidos dançam maravilhosamente dando a festa um brilho especial, tirando exclamações e deixando os assistentes maravilhados, tudo estava perfeito.
Ao termino da festa as contratadas levaram os convivas a uma sala preparada especialmente para o banquete que seria servido. Enquanto isso o contratante ( pai de santo) junto com seu Oga de confiança, fazia os últimos pagamentos aos contratados e contratadas que iriam embora imediatamente, já tinham cumprido seu papel e nada mais tinham a fazer.
Os convivas os esperavam na sala do banquete onde mais uma vês ele entra triunfalmente e senta-se na cadeira principal dando inicio aos comes e bebes. Tudo perfeito nada fora do lugar e os convivas saíram sem ter palavras, todos estupefatos com o poder e o saber do pai de santo.
Ao termino os últimos contratados foram pagos e o pai de santo pode gozar seu triunfo junto ao seu Oga de confiança.
O pai de santo era uma pessoa abastada e não tinha grandes preocupações com nada, tinha uma situação econômica confortável e podia gastar se sem importar, contanto que seus gostos fossem satisfeitos.
Atanásio vivia confortavelmente, muito embora não fosse rico tinha o necessário e vivia confortavelmente com a família.
                                                 Conclusão
A partir do dia da festa o Pai de Santo e Atanásio começaram a ter problemas em suas vidas. O pai de santo começou a perder tudo que tinha amealhado em sua vida e Atanásio começou a ter problemas sérios em casa tendo que recorrer às pessoas de sua família pra sobreviver.
Onde estão os erros ?  Vc consegue dizer ?
Continua no próximo capitulo

Baba Gilberto de Esu.

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