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terça-feira, 9 de janeiro de 2018

LUCUBRAÇÕES MACABRAS
O dinheiro, o saber e o comercio. (2)
Conclusões
No texto temos diversos personagens porem dois se destacam, o Pai de Santo e o Atanásio axogun. Primeiro vamos fazer uma breve analise dos personagens secundários:
Os Ogan tocadores que como sabemos nos dias de hoje já não tem mais casa ou terreiro e mesmo tendo deixam de ir às celebrações dos mesmos se tiverem um “contrato” em outro.
Os Ogan cantadores, da mesma forma que os tocadores se vendem por um contrato, sem sequer se preocuparem com as tradições da casa onde vão cantar, o importante é saber cantigas que ninguém sabe e calar a boca de todos, inclusive do contratante, isso da a eles status de saber e o tornam celebridades cada vez mais caros.
Os iawo/ebomi virantes que alugam seus santos pra quem der mais, na verdade coisa antiga, não é de hoje que tem esse tipo de coisa, principalmente se o terreiro tiver fama ele já vai de mala e cuia com a Ekedi ao lado e as malas no carro.
Chegamos enfim aos personagens principais:
O pai de santo, contratante.
Por ter uma situação financeira abastada comprou seu próprio pai de santo e tudo mais que pudesse beneficiar sua corrida ao trono, desdenhando de todos e posteriormente comprando novos, assim como todos que segundo sua visão lhe trouxe-se benefícios para o alcance de seus objetivos e montou seu rico terreiro. Não tendo uma família ancestral para dar obediência nem tendo dado anos oficio na casa de seu iniciador, não tendo parentes de santo, portanto mais um que fez santo por querer sem nem mesmo saber se deveria ter feito, pois o dinheiro falou mais alto.
Por não ter saber, não levou em conta preceitos  e tampouco procurou saber dos Orixa se devia ou não fazer daquela forma, e muito embora tivesse nas oferendas as ferramentas necessárias compradas por ele mesmo, o obi e o orobo. Em nenhum momento questionou o oficiante, no caso, Atanásio se o ritual deveria ou não ser feito da forma que ele queria ou se aquele Orixa aceitava ou não aquela oferenda, ou ao que, a mesma se destinava. Acostumado que estava desde sua “iniciação” a mandar e ser satisfeito não procurou saber de seu próprio Orixa se poderia ou não ter um terreiro e em uma possível negativa de seu iniciador, comprou um que o satisfez assim como todos os outros contratados. E o resultado foi a perda de seus status de rico e as dificuldades que enfrentou posteriormente.
 Atanásio o axogun.
Outrora figura importante e muito reverenciada, um sacerdote importante do culto de Ogun que no Brasil foi sendo esquecido tornando-se um mero cortador de cabeças sendo substituído por qualquer um que saiba ou não cortar uma cabeça de um bicho. Virou um mero tocador de atabaques ou um cantador de candomblé, que tirou seu status anterior por ser inapto para a função importante a que antigamente era destinado.
Atanásio apesar de vir de uma casa importante e “saber” como fazer os rituais de sacrifício não fez nada do que sabia ou deveria ter feito acarretando com isso os problemas que virão não só para o contratante como pra ele também. Um “Asògún” é responsável por todo o ritual de sacrifico tendo que antes de qualquer coisa confirmar através do jogo, seja de obi ou orobo, se tudo que o pai/mãe de santo programou esta em conformidade com a vontade do Orixa. É ele que antes deve jogar e ver se o Orixa que vai comer aceita tudo ou se por acaso o pai/mãe esqueceu-se de alguma coisa, todo somos falíveis. Tudo isso e muito mais, é o Axogun que sabe os cânticos daquele ritual, do antes, do durante e do depois enfim ele que é o responsável por tudo naquele momento. É o oficiante e sua função só termina quando após cantar o sasanhe, quando o pai/mãe de santo ira fazer as rezas finais do ato.
Portanto foram os erros do Atanásio que causaram os problemas do pai de santo contratante assim como os seus. Podemos também analisar que Atanásio foi o braço justiceiro do Orixa. Mas nunca perdoar seus erros, pois afinal eles se voltaram com ele mesmo.
OBS: Essa é uma pequena analise do candomblé que vivemos hoje e as consequências que virão.

Baba Gilberto de Esu.

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