(idágbe)
Solidão
Hoje dia 29/12 a nostalgia me cobre como uma nevoa, não consigo enxergar, como um cego, tateio na bruma procurando um porto seguro um ponto de
apoio, minhas lembranças vivas me levam a um passado não muito distante porem as brumas persistem em enevoar o horizonte onde me encontro, tateando em busca de um rosto, de uma palavra, de interlocutor.Solidão
Hoje dia 29/12 a nostalgia me cobre como uma nevoa, não consigo enxergar, como um cego, tateio na bruma procurando um porto seguro um ponto de
Delírios e aflições tomam conta de minhas entranhas, meu ori questiona, meu eleda suscita, Esu em meu amago revê suas origens, me apazigua e me faz retornar ao Aiye, porem os rostos de meus antepassados rondam em torno de mim, Cristovão, Diniz, Baiano. Falas, conselhos, chamamentos, tudo ao mesmo tempo.
Perdido no tempo e no espaço, sem pai nem mãe, sem ter a quem recorrer, preso em meu próprio saber, ontem compartilhado com meus agba hoje apenas solidão. Tornei-me um agba antes do meu tempo? Não posso aceitar, mas olhando a minha volta, não enxergo além das brumas, o nevoeiro em torno de mim me deixa uma sensação de abandono, de solidão extrema.
Ontem, eu falava com meu pai de santo o que fazer antes do jogo do ano, quais os preparativos, onde por o ekó.
-bote seu ekó em Esu, ponha outro em Osun, não se esqueça de Omolu da finada, me de o Diaó baixinho e vou ver se esta certo, o ébó faremos em conjunto.
Assim era o dia de hoje preparando meu jogo e preocupado com os filhos de santo da casa.
Ligava pra Salvador, falava com minha mãe Stela, sempre uma palavra boa, um conselho. Nos falamos depois do ano, dizia ela, e veremos o que o ano nos reserva, trocaremos uma palavra.
Hoje escrevendo essas pobres letras me vejo assim, sozinho sem ter com quem conversar, todos se foram, e os que não, estão em devaneios como os “bebedores de vinho de palma” que muito embora estejam conosco já vivem no “Itun La”, pouco se importando com os “araiye” e suas desditas.
Acordo de meu devaneio, sacudo o corpo velho, abro os olhos míopes e vejo uma mão no horizonte e uma voz, vamos em frente eu estou aqui e vou garantir sua palavras,
Abença Esu.
Oga Gilberto de Esu.
Perdido no tempo e no espaço, sem pai nem mãe, sem ter a quem recorrer, preso em meu próprio saber, ontem compartilhado com meus agba hoje apenas solidão. Tornei-me um agba antes do meu tempo? Não posso aceitar, mas olhando a minha volta, não enxergo além das brumas, o nevoeiro em torno de mim me deixa uma sensação de abandono, de solidão extrema.
Ontem, eu falava com meu pai de santo o que fazer antes do jogo do ano, quais os preparativos, onde por o ekó.
-bote seu ekó em Esu, ponha outro em Osun, não se esqueça de Omolu da finada, me de o Diaó baixinho e vou ver se esta certo, o ébó faremos em conjunto.
Assim era o dia de hoje preparando meu jogo e preocupado com os filhos de santo da casa.
Ligava pra Salvador, falava com minha mãe Stela, sempre uma palavra boa, um conselho. Nos falamos depois do ano, dizia ela, e veremos o que o ano nos reserva, trocaremos uma palavra.
Hoje escrevendo essas pobres letras me vejo assim, sozinho sem ter com quem conversar, todos se foram, e os que não, estão em devaneios como os “bebedores de vinho de palma” que muito embora estejam conosco já vivem no “Itun La”, pouco se importando com os “araiye” e suas desditas.
Acordo de meu devaneio, sacudo o corpo velho, abro os olhos míopes e vejo uma mão no horizonte e uma voz, vamos em frente eu estou aqui e vou garantir sua palavras,
Abença Esu.
Oga Gilberto de Esu.
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