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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Lucubrações Macabras
Eu quero meus direitos. Mas e os meus deveres?
Nos dias de hoje é corrente entre os afros brasileiros a discussão sobre os meus direitos. Mas o que são os meus direitos tão propalados pelos experts através de cartilhas e seminários que não nos levam a nada, absolutamente nada?
Exemplo do que achamos que são nossos direitos:
1-    Aposentadoria como sacerdote (ministro de confissão religiosa) segundo o CBO 2631-05.
2-    Reconhecimento do terreiro nos níveis: - municipal / estadual e federal.
3-    Isenção de impostos e taxas.
4-    Locais específicos para cultos externos.
5-    Realização de manifestações religiosas em locais públicos com apoio da prefeitura ou estado.
6-    Realizar convênios com as instituições publicas em geral.
7-    Ter serviços religiosos nos hospitais, quarteis e outras instituições do estado.
8-    Ser reconhecido como sacerdote (ministro de confissão religiosa) pelos poderes da republica.
Tudo isso e muito mais é verdadeiramente nossos direitos desde que antes de reivindica-los façamos nosso dever de casa. Quais sejam:
1-    Ter um estatuto de entidade civil legalmente constituído e vigente.
2-    Estar inscrito (CNPJ) no município, estado e federação.
3-    Não ser uma instituição religiosa (o estado não pode ter convênios nem repassar verbas a instituições religiosas).
4-    Fazer o imposto de renda anual e solicitar a isenção a posteriori.
5-    Ser reconhecido como ministro de confissão religiosa por seus pares e em ata especifica, dentro de sua própria entidade.
6-    Pagar o INSS conforme o código especifico do COB durante o tempo estipulado pelo órgão em questão.
7-    Realizar ações sociais voltadas aos menos favorecidos no entorno de seu terreiro, documentando através de vídeos e/ou imprensa escrita, jornais do segmento.
8-    Inscrever sua instituição nos programas oficiais ofertados em seu município.
9-    Abrir suas portas as atividades politicas apartidárias, sociais e educacionais.
10 realizar projetos junto às secretarias de ação social, de cultura e turismo além dos conselhos de entidades de desenvolvimento da população negra, Compir/Sepir ou outras congêneres.
No próximo texto vamos decodificar alguns itens.
Baba Gilberto de Esu.
Lucubrações Macabras 3
Eu quero meus direitos. Mas e os meus deveres?
Causos verídicos
Causo 1- Um babalorixa encontrou-se com um “presidente” de uma federação em um evento social, até ai nada de mais. Os dois começaram a conversar e ai o babalorixa pediu ao presidente que lhe explicasse como faria para registrar sua entidade:
- Se sua entidade não é registrada venha até a federação que providenciamos tudo, inclusive sua filiação. Você não terá trabalho nenhum e pagará apenas as taxas e posteriormente pagará a manutenção mensal da federação. Nós providenciamos tudo que você precisa.
- Que bom, vou lá imediatamente, me passe o endereço e o telefone que manterei contato.
- Aqui esta meu nobre, mesmo você estando em outro município nós faremos todo o necessário e você estará documentado.
O pobre babalorixa foi à dita federação que estava em outro município, pagou e posteriormente recebeu seu estatuto firmado em cartório com todas as garantias de ser bem servido pela federação caso precisasse, inclusive com direito a um advogado diuturnamente, bastava uma ligação.
Algum tempo se passou desde sua filiação. O babalorixa participava ativamente dos eventos da federação até um dia bateram na porta de seu terreiro;
- Bom dia, somos da prefeitura e o senhor esta em situação irregular e terá que desocupar o terreno que é da prefeitura, aqui está os documentos com prazos para que o senhor tome as providencias cabíveis.
- Bom dia meu senhor. Como irregular, temos todos os documentos do terreno, isso é um engano.
- Meu caro aqui estão os documentos e o senhor pode contestar, veja um advogado, os documentos e dirija-se ao departamento competente e ai tudo se resolve, passe bem.
O agente da prefeitura educadamente despediu-se deixando o pobre com a intimação na mão. O que fazer agora com esse abacaxi, ligou para a federação e marcou uma hora com o presidente e lá se foi contar sua desdita.
Na federação frente ao presidente:
- Olá Papai, o que esta acontecendo?
- Presidente, estou desesperado, veja que absurdo essa intimação.
- Deixe-me ver. Oras papai isso aqui a gente resolve fácil, vou entregar tudo ao advogado da federação e ele vai resolver tudo, pode ficar tranquilo, ok
- Que alivio, achei que já ia pra rua com meus orixá, o senhor vai me salvar dessa enrascada, que bom.
- Fique tranquilo o DR. XY vai entra em contato, preparar a contestação e tudo se resolverá. Aguarde a comunicação papai.
OBS: Papai nesse caso é sinônimo de trouxa, crédulo.
Algum tempo se passou e nada do advogado entra em contato e o tempo estava se esgotando. O pobre tentou falar com o presidente pelo telefone, mas ele estava muito ocupado e assim sendo ele resolve ir diretamente até a federação. La chegando é recebido pelo secretario que informa que o presidente não esta na casa, mas ele poderia ver e resolver, pois já estava a par do assunto.
- Então seu XXY o prazo já esta se esgotando e o advogado da federação não entrou em contato comigo, por isso vim aqui.
- Papai, vou ver com o advogado e imediatamente ligo para o senhor, vá pra casa e aguarde. O presidente esta tomando as providencias de tudo, fique tranquilo.
O pobre sai da federação achando que tudo iria se resolver, pois confiava no presidente seu amigo particular. Chegando em casa conversa sobre o assunto com os filhos de santo e um deles então fala. Meu pai meu amigo é advogado me da uma copia dessa intimação que vou falar com ele hoje mesmo.
- Pode levar a copia, mas o presidente da federação me garantiu que vai resolver.
- mesmo assim pai vou falar com meu advogado hoje mesmo e retorno para o senhor.
No outro dia pela manha ele recebe uma ligação da federação, era o secretario:
- Bom dia papai, tudo bem com o senhor?
- Bom dia, melhor agora que você me ligou, pois estou desesperado aqui com os prazos e o advogado da federação não me ligou.
- É sobre o assunto que estou ligando, temos um problema, nossa federação esta em outro município como o senhor sabe, e ai nosso advogado não poderá fazer nada por isso, nossa federação não tem poder estadual e ai o senhor tem que contratar um advogado o senhor mesmo, sinto muito, mas é o que o presidente mandou lhe falar.
- Como assim eu pago religiosamente a federação, vou a todas as reuniões, faço tudo que a federação pede, e agora isso. Não é possível. Por favor, chame o presidente preciso falar com ele diretamente.
- Sinto muito Papai ele não esta, mas veja contrate um advogado logo, pois seus prazos estão se esgotando, ok.
Resultado: o babalorixa foi despejado, o terreno em questão era invadido pelo mesmo e a federação sendo de outro município se isentou de qualquer responsabilidade sobre o acontecido.
OBS: Esse caso é verdadeiro e serve para alertar a todos que querem regularizar suas casas de santo.
No próximo capitulo outro causo verídico.
Baba Gilberto de Esu.
Lucubrações macabras 4
Eu quero meus direitos. Mas e os meus deveres?
Mais um causo verídico

     Parece simples quando você planeja fundar um terreiro, basta ter algumas pessoas a sua volta e esta tudo resolvido, fácil, primeiro alugamos uma casa, segundo vamos a uma federação pra fazer os documentos e tocamos nosso barco.
Em função de minhas aulas, tenho contato com toda gama de pessoas de santo, do mais simples iawo aos baba/Iya que me procuram em busca de conhecimentos. Uma aluna que chamarei de Tia Jô, uma senhora já com idade avançada porem muito ativa tem seu terreiro há anos funcionando com muitos filhos de santo, mesmo assim trabalha, pois não consegue se sustentar apesar de ter o terreiro em terreno próprio com toda a documentação em dias, mas a documentação do terreiro esta vencida a muitos anos, o estatuto desde sua fundação nunca foi atualizado, isso pelo menos a 25 anos.
- Então professor o que o senhor pode fazer para que meu estatuto seja atualizado?
Observo a idade do estatuto e vejo que tem 28 anos que foi feito em uma federação ainda em funcionamento e foi registrado no 1° cartório da capital.
-Jô minha querida deixa ele aqui comigo e vou pesquisar e depois falamos ok.
- Certo professor, na próxima aula nos falamos.
Liguei para o cartório em questão que me informa que ainda existe o estatuto, mas já esta no arquivo morto, sendo um documento sem mais valor nenhum devido ao tempo e falta de atualização. O cartorário me fala que a única forma atualizar seria um novo estatuto até porque a entidade não esta na capital e sim em um município próximo, que a pessoa deveria ir a um cartório ou entidade local e fazer novo estatuto.
A Iya Jô tem muitos filhos de santo assim como filhos naturais, então achei que seria fácil ver a nova documentação.
- Iya a senhora tem que ver com os filhos de santo e fazer um novo estatuto, pois esse já esta caduco, e registrado em Sp, e a senhora esta em outro município. Tenho aqui uma copia genérica, poderemos nos basear nela e fazer um novo para o seu terreiro ok.
- Ok baba, vamos fazer sim, me diga o que devo fazer pra resolver o assunto?
- Olha a senhora tem que ver 7 pessoas para que façamos uma nova diretoria, lemos o novo estatuto e se aprovado por todos a senhora vai ao cartório e registra, ok.
- Mas Baba, eu vou continuar a ser a presidente né ?
- Bem minha cara se a senhora acha importante pode ser, muito embora já faremos uma ata onde a senhora será a ministra de confissão religiosa portanto a mais importante mandataria do terreiro.
- Olha Baba eu não abro mão da Presidência, sou eu a Presidente.
- Ok Iya, fale com as pessoas, são 7 pessoas no mínimo pra compor a nova diretoria ok.
- Porque 7 , Baba?
- 1- presidente, 2 vice presidente, 3 secretario/a, 4 tesoureiro/a e mais 3 pessoas para o conselho fiscal, total 7 pessoas ok.
- Ta bom, Baba vou isso e na próxima nos falamos.
         Algum tempo de passou e a Iya veio a minha casa:
-Baba bom dia, vim dar noticias de meu caso.
-Que bom Iya esta tudo certo? Trouxe os nomes das pessoas que irão compor a nova diretoria?
-Olha Baba falei com todo mundo, inclusive com meus filhos carnais todos se dispuseram a assinar o estatuto mas depois de quase um mês tentando falar com eles nada aconteceu então acho melhor deixar assim como esta.
-Iya a senhora vai ficar dessa maneira sem um documento hábil em seu terreiro? E se acontecer um acidente que cause uma ação criminal ou mesmo cível. Como a senhora vai resolver estando ilegal?
-Olha Baba eu confio no meu santo e nada vai acontecer, agradeço sua ajuda, mas não posso fazer nada, nem meus filhos carnais querem ajudar. É só falar de assinar um documento e todo mundo some.
Esse é mais um caso que mostra nossa situação. Será que um dia conseguiremos conscientizar nosso povo ?


Lucubrações macabras 5
Excepcional
“O que fizemos a nós mesmos.”
         Desde que me conheço como gente pensante, observo que todos os Baba/Iya seja de Umbanda ou Candomblé se entregaram as federações e cumprem fielmente o que elas propõem notadamente ao que tange a ( moral e aos bons costumes) e sempre cumprindo fielmente os princípios cristãos.
         Nunca questionamos qual seria o papel das federações, apenas cumpríamos as normas ditadas:
1-      Realizar seu culto em horários rígidos.
2-      Pagar sua mensalidade em dias.
3-      Ir as reuniões mensais.
4-      Renovar seu alvará anual, sem o qual não poderá realizar seus cultos.
5-      Votar nos candidatos apresentados pelo presidente visando o melhor para nossa religião.
6-      Participar dos cursos visando sua melhor evolução espiritual.
Como cabras cegas seguimos fielmente todos os preceitos ditados e nunca nos perguntamos, porque fizemos tudo isso ou mesmo o que a federação além de pegar nosso dinheiro faria por nós?
Nos dias de hoje vejo as barbaridades acontecidas no Rio de janeiro com os terreiros sendo praticamente demolidos senão vilipendiados diuturnamente e me pergunto, onde foi que nos erramos?
Fizemos tudo que a cartilha mandou, obedecemos fielmente aos preceitos cristãos, nunca questionamos nada, ficamos sempre no nosso canto calado, nunca nos unimos em prol de nossa religião.
Vejo hoje os clamores de nossos pares nas redes sociais, tentando atabalhoadamente reunir pessoas da religião em algumas manifestações de rua ou em algumas reuniões tentando debater o assunto que atinge a todos nós.
Mas e as federações onde estão que se conservam caladas, tanto no Rj como em Sp ? Não vejo até o momento nenhuma federação se pronunciar ou mesmo convocar um ato de desagravo publico, mostrar seus poderes unindo-se entre elas (são muitas)e ir ao governo estadual ou mesmo federal manifestar-se e mostrar seu repudio diante da inercia das autoridades locais.
Conclusão:
1-Ficamos calados e obedecemos por muito tempo.
2- Elegemos as pessoas erradas.
3- Fomos cristãos demais.
Meu sentimento as vitima dos descasos do estado e de nós mesmos.
Baba Gilberto de Esu.

Lucubrações macabras 6
Memorias e reflexões 1
         Em meus quase 70 anos de vida dos quais sempre fui fiel a minha religião, ouvi, vivi e participei de momentos inenarráveis, únicos, muitas vezes incríveis, porem sempre frente a frente com meu interlocutor, momentos reais e verdadeiros não importando se o que se passava era ou não um momento real e vivido intensamente. As perguntas e as respostas respondidas ou não estavam a mesa e você resolvia se valeriam a pena ou não.
         Nos dias de hoje as perguntas e as respostas vem de alguém que esta atrás de uma tela e possivelmente não tenho vivido o momento de sua duvida ou sua resposta esta condicionada a um programa de computador que tem as respostas prontas ou de outros que também atrás da telinha deram ao seu interlocutor virtual a resposta não importando se é verdadeira ou não. As relações religiosas entre família ou mesmo membros de outras casas que tentam dividir suas experiências nos dias de hoje estão mortas e enterradas.
         As poucas famílias tradicionais tentam subsistir ao progresso virtual com imensas dificuldades produzidas pelas redes sociais onde os experts dão aulas sob encomenda sobre a sua nação muito embora não tenham vivido sua iniciação e nem saiba onde esta sua casa matriz e nem ao menos conheça a origem de sua família de santo. Você lança uma pergunta no ar e uma enxurrada de respostas imediatamente são lançadas em sua direção e todos tem razão, pois conhecem o assunto sobremaneira, talvez conheçam mesmo, mas desconhecem o mais importante, ( a tradição de sua família de santo) e a forma como como o assunto foi tratado dentro dela, independente das outras famílias que mesmo sendo da mesma etnia ( Ketu / Alaketu / Bossi alaketu / Efon ou Ijesa, tem seus rituais e liturgias diferenciadas muitos embora todos sejam de origem Ioruba na essência.
         Perdemos nossas rodas de conversas, ou como muitos querem ao pé do fogo, não importa onde e se eram secas (sem bebidas) ou molhadas ( com bebidas) momentos importantes onde os irmão de santo ouviam seus mais velhos contar suas historias ou desfazer as duvidas dos pares ou de seu mais novos, eram momentos únicos vivenciados pelos que viveram e tornaram-se orgulhos por terem passado por isso, coisa que nos dias de hoje inexiste dado a facilidade da informação urgente, pronta e muitas vezes sem nexo algum, mas ela que vale pois é o que eu preciso no momento e pouco me importa a origem da informação, se ela vem de alguém mais velho ou mais novo de minha nação ou do google.
Infelizmente esse é o candomblé que temos hoje.
Baba Gilberto de Esu


Lucubrações macabras 7
Memorias e reflexões II
Família
Onde esta nossa família de santo?
É incrível você ir a uma festividade de um orixá patrono de uma casa e lá não encontrar nenhum parente de santo, da pessoa que esta fazendo a festa. Porque será? Não concebo fazer uma festividade ou recolher um iawo sem ter um irmão de santo ou mesmo um tio de santo onde posso me aconselhar ou apenas como suporte, uma espécie de guardião de minha família presente.
Desde que cheguei a Sp na década de 70 vindo de Santos fui acolhido por meus parentes de santo. Meu pai de santo a época Dinis D`Osun recolheu um barco de iawo na Av. Nossa senhora de Fatima sua primeira casa de santo em Santos, durante o recolhimento dos iawo conheci meu parentes de santo de Sp, posteriormente venho viver em Sp e ai procuro manter contato com eles e desde então estamos sempre nos comunicando e presentes em nossas festividades. É, essas trocas de conhecimentos que reforça nossa família através dos momentos tumultuados que vivemos, a certeza que estamos fazendo a coisa certa conforme deixado pelos nossos mais velhos.
Fica claro que não sabemos tudo e a presença de um parente é importante antes, durante e após as festividades. Mas não é isso que observo nas festas que vou, são festividade sempre liderada por um/a pessoa que se diz feita de santo em algum lugar imaginário e que é impossível sua família de santo estar presente, alega despesas ou a distancia entre outras causas para a não presença de um parente. Dai a maioria das casas de santo de Sp e adjacências tem supostos parentes em algum lugar dificilmente reconhecidos, levando em consideração que estas casas são maioria e não tem continuidade com a morte de seu/a líder posteriormente vemos o “troca troca” de pai/mãe de santo nos dias de hoje, e o pior essas pessoas não tem origem portanto seus filhos de santo não tem heranças, não sabem de onde vieram e muitos nem nome de santo tem, são iniciados como batatinhas e em sua maioria nem iniciados deveriam ser mas hoje uma casa importante tem que ter muitos filhos “raspados” mas onde esta a navalha, (artigo muito caro) vamos de navalhete ou gilete mesmo o que importa é o iao sair de cabelo raspado na sala afinal o pai/mãe de santo não deve obediência a uma família ou a quem quer que seja.
Baba Gilberto de Esu
Lucubrações Macabras 8
Reflexões III
Nossas diferenças
         Durante todos esses anos que tenho de santo sempre vi o escarnecimento dos participantes de uma “nação” pelos de outras nações. Afirmações categóricas e extremamente danosas foram sempre fator de problemas, confusões e “disse me disse”, entre nós. Alguns padrões foram estabelecidos sem levar em conta nossos cultos ancestrais não necessariamente iguais aos outros. EX:
1 – A iniciação dos Jejes sem o Gra não esta completa ?
2 – Entre os Ketu sem cachoeira o iawo não esta completo?
3 - Entre os Efon se não tiver o APOLO não esta feito?
5 – Entre os Angola sem o Melão de São Caetano a/o Muzenza não terá sido iniciado certo?
6 – Os cânticos entre os da mesma “nação” têm que ser os mesmos senão, esta errado?
7 – Os cânticos de chamar santo tem que ser os mesmos?
8 – Preceito de iawo é no mínimo de 90 dias de kele, em todas as nações?
         Tudo isso foi “aceito” durante todos esses anos sem contestação, muito pelo contrario se não fosse assim seria enxovalhado na “Ladeira da lama”.  Nos dias de hoje parece que as coisas estão sendo mudadas paulatinamente, os participantes de uma nação esta se diferenciando das outras buscando seus preceitos ancestrais particulares e nesse momento começam a ressurgir as acusações e os “disse me disse” agravados pelas fotos hoje postadas nas redes sociais.
         O que ontem era padrão hoje pode não ser mais.
Porque nos dias de hoje temos que cantar roda de Xango pra chamar santo se até ontem os cânticos eram outros ?
         Porque temos que levar nosso Iawo na cachoeira se até ontem levávamos ao poço ou se colhia agua de chuva pra inicia-lo ?
         A folha principal usada pelos Efon deve ser usada também pelos demais ?
         Os cânticos dos Efon tem que cantado por todos os outros de origem ioruba.
         Os cânticos de saída de iawo ou mesmo no oruko tem que ser os mesmo em todos os terreiros ketu ?
         O tempo de kele tem que ser o mesmo em todos os terreiros ?
         A forma de pintar o iawo tem que ser igual em todas as nações?
         As saídas tem que obedecer o padrão estabelecido pelos ketu?
         Ontem vc tinha que levar o iawo para o padre abençoar e hoje ?
         Sem a missa de 7 dias o axexê não estava terminado?
         Apenas arranhei o assunto, muito mais coisas temos de diferente e alguma idênticas. Entre nós os Yorubas Ogun é um só. Entre os Jejes os rituais de Gun tem que ser igual? O Inkiss Nkosi realmemte é Ogun dos Yoruba?
         Vamos respeitar as diferenças por mais estapafúrdias que nos pareçam, deixem de questionar o que você não conhece e não tem cabedal para dizer que esta errado.
Baba Gilberto de Esu.


         

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